Li uma notícia semana passada com um dado preocupante, porém esperado: Indenização por acidente com moto tem maior percentual em 5 anos! O dado foi divulgado pela Seguradora Líder, que representa o DPVAT. Acidentes com motos representaram 60,7% das indenizações pagas pelo Seguro Obrigatório em 2010, que somaram R$ 2,028 bilhões. Motociclistas também lideram casos de indenização por invalidez permanente.
No ano passado, foram aceitos 153.341 pedidos de indenização por acidentes envolvendo esse tipo de veículo, que representa 26,3% da frota nacional. Para vítimas de acidentes com automóveis houve 78.322 indenizações, 31% dos 252.351 pagamentos no ano.
A constante alta justifica, segundo a seguradora, o fato de o DPVAT ser mais caro para motos do que para carros. Com o reajuste autorizado neste ano, o seguro sai por R$ 274,06 para esse tipo de veículo contra R$ 101,16 para automóveis.
Esses números já eram esperados. Em muitos estados, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, a frota de motos já ultrapassou a de carros. Por exemplo, segundo dados do Denatran, a frota em circulação em Roraima é de 119.606 veículos. Destes, mais de 47 mil são motocicletas, um número maior que o número de automóveis em circulação (39 mil).
Já no Acre, as estatísticas de trânsito chamam atenção pelo número de motociclistas envolvidos em acidentes. Segundo o Detran/AC, em 2009, aconteceram 5957 acidentes com 133 vítimas fatais. A maioria destas vítimas, mais de 48%, estava em motocicletas.
Esta é a realidade do trânsito envolvendo motociclistas atualmente no Brasil: um cenário violento, perigoso e sem perspectiva de mudança (em curto prazo). Vou justificar.
A frota- com todas as facilidades para aquisição da moto- só tende a aumentar. É muito mais barato adquirir e manter uma motocicleta do que um carro. A formação de condutores para a categoria A ainda é uma temeridade. Apesar de algumas mudanças propostas pela Res.285/08, na prática tudo continua igual. A relação entre carros X motos também deixa muito a desejar, falta respeito de ambos. A imprudência dos motociclistas é um caso a parte: muitos não têm noção do perigo que estão correndo e abusam da sorte.
Algo tem que ser feito para frear estes índices. É hora de sociedade e governo se unirem, talvez aproveitando a Década de Ações para a Segurança no Trânsito, e começarem a olhar com mais carinho para essa causa. Se nada for feito, muitas vidas ainda serão perdidas neste contexto. Até o próximo!
Este post foi ao ar segunda-feira, fevereiro 7th, 2011 às 9:52 na categoria Notícias de Trânsito. Você também pode assinar nosso RSS 2.0 feed. Você pode deixar uma resposta, ou trackback do seu site.
